Tribunal considera prática abusiva e determina retirada de aplicativos de bloqueio em até 15 dias, sob pena de multa diária de R$ 100 mil
A 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) declarou ilegal o bloqueio remoto de aparelhos celulares realizado por instituições financeiras em razão da inadimplência de empréstimos.
Segundo consta na decisão, as empresas Supersim e Socinal condicionavam a liberação de crédito à instalação de aplicativos com tecnologia de bloqueio remoto, método conhecido como “kill switch”, o que permitia às instituições restringirem o uso do aparelho sem autorização judicial prévia.
O Tribunal determinou que esses aplicativos devem ser imediatamente retirados das lojas virtuais, no prazo de até 15 dias, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Além disso, cada novo contrato que contenha cláusula semelhante poderá gerar multa individual de R$ 10 mil.
A decisão é fruto de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), com atuação da Prodecon (1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor), em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). Para os autores da ação, o bloqueio configura medida coercitiva e desproporcional, ferindo princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Em sua fundamentação, o tribunal destacou que a prática impacta especialmente consumidores em situação de hipervulnerabilidade, em sua maioria de baixa renda, negativados e com pouco acesso ao crédito formal.
O relator destacou que o celular é um bem essencial, utilizado para fins de trabalho, educação, saúde e comunicação, e sua restrição prejudica o pleno exercício de direitos constitucionais. A Justiça reforçou que qualquer medida coercitiva dessa natureza exige autorização judicial e ampla notificação do consumidor.
Outro ponto de destaque na decisão foi o reconhecimento da abusividade das taxas de juros praticadas pelas instituições. O tribunal identificou que, em alguns contratos, os juros chegavam a 18,5% ao mês, índice significativamente superior à média praticada no mercado, segundo dados do Banco Central, que giravam em torno de 6,41% no mesmo período.
Embora uma das financeiras tenha informado que recorrerá da decisão, a Justiça deixou claro que a atuação empresarial deve respeitar os princípios da dignidade da pessoa humana e do equilíbrio contratual, especialmente diante da fragilidade de determinados grupos sociais.
📌 Acompanhe mais notícias jurídicas e análises empresariais no portal RGC News. Siga-nos para não perder atualizações relevantes para o mundo corporativo e jurídico!
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |